A Civilização Egípcia manteve sua hegemonia por cerca de 3000 anos. Muitos foram os fatores que levaram os egípcios a deterem o domínio daquela região por todo esse tempo, mas um em especial devemos considerar: a i
mportância das guerras e das batalhas na Antiguidade.
No Antigo Egito, existia o exército que atuava como a principal força policial nas rebeliões e tumultos dentro do país. A força militar voltava-se também para questões externas, assegurando o país contra as invasões inimigas. Os egípcios buscavam ampliar suas fronteiras, avançando para territórios próximos. Na mesma proporção, várias sociedades da antiguidade, também tinham esse interesse. Isso gerou, ao longo da história, diversos conflitos que culminaram nas guerras. Mas estas poderiam ter igualmente um caráter comercial, pois os povos envolvidos estabeleciam contatos visando trocas de produtos, serviços e mercadorias. A necessidade por certos produtos e recursos naturais levava a exploração de outras regiões. A guerra agia neste sentido como um meio para o funcionamento econômico, além de por em situação de dominação povos estrangeiros. Como exemplo temos a Núbia, principal fornecedora de ouro para o Egito durante toda história da civilização.
Os faraós eram os principais líderes do exército egípcio, recebiam por isso um significativo treinamento físico, intelectual e estratégico. As guerras e as batalhas eram legitimadas por Montu, divindade egípcia que o faraó encarnava quando tratava dos assuntos do exército. Era representado na mitologia como um homem com cabeça de falcão, tendo na cabeça duas plumas, um disco solar e uma serpente. Na mão portava geralmente algum instrumento relacionado às batalhas, como a cimitarra, o símbolo da guerra. A partir da XI dinastia, Montu adquiriu características associadas à vitória destes embates. Neste ínterim, quando o faraó liderava seus soldados, simbolicamente o fazia em nome de Montu.
A arte de guerrear proporcionava mão-de-obra advinda de prisioneiros de guerra. Mas nem sempre esta arte tinha um caráter destrutivo. Os hicsos invadiram o Egito motivados pela falta de alimentos na região da Ásia e pela instabilidade de governantes no Egito. Ainda, o Egito passava por um considerável atraso militar se comparado com os povos asiáticos. Assim, entraram no Egito e estabeleceram uma dinastia estrangeira, ficando mais de 200 anos na região. Contudo, as guerras entre hicsos e egípcios trouxeram benefícios para os povos da terra do Nilo. Instrumentos de trabalho foram aperfeiçoados, passaram a usar o tear vertical, melhoras na roda de oleiro, maior aplicação e uso do bronze. O boi indiano, mais resistente que o egípcio foi levado ao país, juntamente com novas técnicas e novos cultivos. Na arte da guerra, as melhorias vieram com o uso do cavalo e carros de guerra mais ágeis, diferentes táticas militares e novas armas. As guerras, portanto, tinham um caráter de dominação, mas traziam benefícios e influências em todas as áreas do conhecimento dos diversos povos envolvidos.
A hegemonia egípcia era garantida, em parte, pelo relativo isolamento geográfico, pois a maior parte do território era formado por desertos, e dificultava o contato de povos estrangeiros com o povo egípcio. Contudo, com o enfraquecimento militar e político, os egípcios se renderam a dominação persa, e posteriormente, à greco-romana, tendo seu território anexado ao Império Romano, chegando ao fim de quase três milênios do poder estabelecido pelos faraós.
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