terça-feira, 18 de dezembro de 2012

AKHENATON

Akhenaton (que se traduz por "o espírito atuante de Aton"), cujo nome inicial foi Amen-hotep IV (ou, na versão helenizada, Amenófis IV), foi um grande faraó da XVIII faraó da XVIII dinastia. A historiografia credita esta personalidade com a instituição de uma religião de cunho monoteísta entre os egípcios, numa tentativa de retirar o poder político das mãos dos sacerdotes, principalmente aqueles do deus Amon da cidade de Tebas. Para concentrar o poder na figura do faraó, ou para apenas retirar o poderio dos sacerdotes, Akhenaton instituiu o deus Aton (Sol) como a única divindade que deveria ser cultuada, sendo, talvez, o próprio faraó o único representante dessa divindade. Outras fontes acreditam que Akhenaton apenas queria retirar o poder dos sacerdotes, que em muito influenciavam a vida política dos egípcios, de forma muitas vezes nociva.

Akhenaton deixou-se absorver por sua devoção a Aton, ou talvez pela sua personalidade artista e pacifista, descuidando os aspectos práticos da administração do Egito. Perante este desinteresse, Ai e o general Horemheb, duas personalidades que mais tarde se tornariam faraós, desempenharam um importante papel no governo.

Entre o ano 8 e o ano 12 sabe-se que Akhenaton desencadeou uma perseguição aos antigos deuses, e em particular, aos deuses que estavam associados à cidade de Tebas, Amon, Mut (ao lado) e Khonsu. O faraó ordenou que os nomes destes deuses fossem retirados de todas as inscrições em que se encontravam em todo o Egito. Esta situação atingiu diretamente não só os sacerdotes, mas a própria população. As descobertas da arqueologia mostram que os donos de pequenos objetos retiraram os hieróglifos do deus Amon deles, numa atitude de auto-censura, temendo represálias.

Akhenaton reinou por cerca de 17 anos. Aproximadamente no ano 15 do seu reinado surge um misterioso co-regente chamado Smenkhkare. Alguns egiptólogos acreditam que Smenkhkare era a rainha Nefertiti que assumiu atributos de faraó para tornar suave a transição de governo para o herdeiro do trono que, nessa época, deveria ter uns quatro anos de idade. Outros acreditam que ele era, na verdade, o filho mais velho de Akhenaton e irmão de Tutankhamon, que lhe sucedeu.

Seja como for, nada se sabe sobre Nefertiti após o ano 15. Na opinião de Cyril Aldre, Nefertiti morreu no ano 13 ou 14 do reinado de Akhenaton. Kia também teria desaparecido mais ou menos na mesma altura que Nefertiti e Meriaton, filha de Akhenaton e Nefertiti, tornou-se a primeira dama do reino.

Nada se sabe sobre a morte de Akhenaton a não ser que faleceu no ano 17 de seu reinado. A sua múmia foi talvez queimada ou colocada no Vale dos Reis. Suspeita-se que tenha sido assassinado a mando dos sacerdotes, prejudicados por sua administração austera.

Durante algum tempo defendeu-se que Akhenaton teria introduzido pela primeira vez na história do mundo o conceito do monoteísmo, impondo às classes sacerdotais e populares o conceito de um só deus, o deus do sol, onde o disco solar representava o deus sol que regia sobre tudo na face da terra. Hoje em dia porém considera-se que seria um henoteísmo (crença religiosa que postula a existência de várias divindades, mas que atribui a criação de todas a uma divindade suprema, que seria objeto de culto) exacerbado.

Os muitos templos que celebravam os deuses tradicionais do Egito foram todos rededicados pelo rei ao novo deus por ele imposto. Especula-se que esta pequena revolução, entre outros possíveis objetivos, possa ter servido para consolidar e engrandecer ainda mais o poder e importância do faraó.

Após o reinado de Aquenaton, o Egito antigo voltaria às suas práticas religiosas politeístas.

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